Os dados divulgados mostram que as casas usadas estão a ganhar cada vez mais relevância no mercado. As vendas ultrapassaram os mais de nove mil milhões de euros, representando um aumento de 33,4% face ao período homólogo. O presidente da APEMIP, Luís Lima, encara este cenário “sem surpresa”.
“O mercado de usados é cada vez mais importante no setor, uma vez que nos últimos anos a construção nova foi muito escassa”, defende em comunicado, acrescentando que “a grande maioria do stock imobiliário existente é de usados”. O responsável frisa, de resto, “a necessidade de haver uma renovação do mesmo, sobretudo nas principais cidades como Lisboa ou Porto, que apresentam escassez de oferta face à procura existente”.
No segundo trimestre de 2018, a APEMIP divulgou terem sido efetuadas 45.619 transações de alojamentos familiares, mais 23,7% que em igual período de 2017, sendo este o “melhor trimestre de que há registo”.
As casas usadas totalizaram 38.880 vendas, um aumento homólogo de 24,8%, enquanto as novas assinalaram uma subida de 17,5%. Feitas as contas entre o primeiro e o segundo trimestre de 2018, o número de alojamentos vendidos aumentou 12%. Este crescimento observou-se tanto nos alojamentos existentes (11,7%) como nos alojamentos novos (14,3%).
Em termos de análise regional, a Área Metropolitana de Lisboa registou 16.331 vendas, no valor de 3 mil milhões de euros, e a Área Metropolitana do Porto 7.801 transações, cujo valor excedeu os 900 milhões de euros.
Apesar das dinâmicas do mercado imobiliário serem muito positivas, Luís Lima receia o impacto que as recentes notícias e propostas feitas no âmbito do setor, como a introdução de um novo escalão no AIMI, a chamada “Taxa Robles”, ou a eventual extinção do Regime Fiscal para Residentes Não Habituais possam ter no investimento estrangeiro em imobiliário português.
“Mesmo que acabem por não ser aprovadas, a repercussão mediática destas propostas causa receio a quem esteja a ponderar investir no imobiliário português. Muitas vezes acabam por preferir não arriscar, e dirigem o seu investimento para outros países por considerarem que não é seguro investir em Portugal, porque as regras podem mudar a meio do jogo”, diz o representante das imobiliárias, realçando que ainda há muitas zonas do País a precisar deste investimento.
“Infelizmente, continuam a fazer-se propostas e a tomar decisões a olhar para o País só a partir de Lisboa, quando ainda há muitas regiões, sobretudo no interior, que podem e precisam de beneficiar deste tipo de investimento que aos poucos se está a descentralizar”, declara Luís Lima. Fonte: idealista