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Comprar casa para arrendar: é um bom investimento?

Carga fiscal sobre a habitação pode condicionar investimentos. Contas da Associação Portuguesa de Proprietários (APROP) revelam porquê.
07 jan 2022 min de leitura

Comprar imóveis para colocar no mercado de arrendamento é uma opção de investimento viável, mas será que em Portugal compensa? Cálculos da Associação Portuguesa de Proprietários (APROP) relativos aos impostos que é preciso pagar na compra  e posse de uma casa e aplicados ao rendimento das rendas revelam que, grande parte, reverte para o Estado.

João Caiado Guerreiro, presidente a APROP, disse numa entrevista ao jornal Público que a carca fiscal sobre a habitação e a instabilidade legislativa estão a afastar investidores do país. “Há, atualmente, portugueses a comprar imóveis em Espanha e noutros países europeus para os colocar no mercado de arrendamento, precisamente porque os impostos sobre o imobiliário, a começar logo na construção, são muito mais baixos”, comenta o responsável.

Segundo os cálculos da APROP, uma casa adquirida por 150 mil euros vai começar por pagar 1.859 euros de Imposto Municipal sobre Transações (IMT), 1.200 euros de imposto do selo e 725 de escritura pública. A estes encargos, somam-se os custos anuais de 450 euros com o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) e 116,20 euros de taxas municipais na fatura da água. Na prática, em 10 anos, os encargos fiscais e parafiscais somam 9.446 euros.

Se essa casa for arrendada por 450 por mês, vai gerar, nesse mesmo período (10 anos), uma receita de 54 mil euros. Depois, é preciso subtrair os 9.446 euros. Mas há mais despesas a considerar, como refere a publicação. Os rendimentos das rendas ainda têm de ser tributados em IRS. Neste caso, e se o proprietário pagar a taxa de 28% sobre os 54 mil euros, a receita cai para os 29.434 euros. Ou seja, em vez dos 9.446 euros, o Estado vai arrecadar 24.566 euros.

É importante ainda relembrar que, se o proprietário tiver outro património imobiliário, incluindo o de habitação própria e permanente, de Valor Patrimonial Tributável (VPT) total acima de um milhão ou dois milhões de euros, então também terá de pagar o Adicional ao IMI (AIMI). O valor recebido em rendas vai encolher e a receita fiscal, pelo contrário, vai subir.

Resumindo, segundo a APROP, e considerando apenas a taxa liberatória, o rendimento do proprietário será de 29.434 euros e do Estado 24.566 euros. Se pagar uma taxa de 1% de AIMI, a receita cai para 14.434 euros e o Estado recebe 39.566 euros. No caso de se aplicar a taxa máxima do AIMI, o proprietário fica com 6.934 euros (sem outras despesas) e paga 47.066 euros de impostos.

Fonte: Idealista

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